Vovó não quer casca de coco no Terreiro

Que é pra não lembrar do tempo do cativeiro…

Vovó Branca sempre fala que o tempo da escravidão já passou, mas nos alerta ao aumento do número de escravos nos dias atuais: escravos do mundo.

Andamos tão cativos da alma que nos aprisionamos constantemente no tronco da tortura psicológica.

São pensamentos danosos, conflitos emocionais, raiva, rancor, ressentimento, sentimento de culpa…

Cada vez mais nos cobramos por comportamentos engessados da sociedade, que dita como devemos agir e conduzir-nos para sermos bem vistos e aceito pelo corpo social. O que não percebemos é que estas condutas nos levam a pseudos valores gerando doenças psíquicas que nos escravizam, tirando a liberdade da autenticidade.

Já é comprovado pela ciência que sentimentos e pensamentos negativos, derrotistas, tristes, raivosos, odiosos, insatisfeitos, baixa-estima e etc., libera substancias que desiquilibram partes do nosso corpo causando doenças, especialmente no terreno psicológico como: depressão, ansiedade, síndrome do pânico, anorexia e por aí vai…

Procedemos de maneira infeliz, anulando o prazer de sermos aceitos por nós mesmos, o que nos traz um sentimento de aprisionamento e inferioridade em alguns casos.

O que Vovó nos alerta é a respeito de libertar a alma das mazelas produzidas pelo verniz social, buscando com profundidade a essência própria, que é a liberdade de sermos legítimos, verdadeiros e honestos com nossa natureza, eliminando mascaras e sorrisos presos.

Para começarmos a alcançar essa liberdade, o passo mais importante é despojarmo-nos, primeiramente, das cascas do orgulho, do ego exacerbado e do egoísmo, visto que estes são adjetivos perniciosos a evolução espiritual, bem como a estagnação nas senzalas do sofrimento, impedindo a plenitude do autoconhecimento. 

Para se despojar desses predicados, é preciso humildade e aceitação de quem nós somos, possibilitando nossa estrela ganhar brilho espontâneo. Trabalhar a sombra cultivada pelo ego e facilitar a manifestação da luz que se encontra resumida na profundidade da alma.

E se por acaso já erramos muito, alimentemos o auto perdão e o arrependimento. O arrependimento é o impulso para a reparação da imperfeição.

E se alguém nos desvaloriza, humilha ou inferioriza, perdoemo-los, pois, o pobre de espírito é o que aponta o defeito alheio e não enxerga o próprio.

Administrá-lo-emos os problemas com leveza e autenticidade. Saia do pelourinho do preconceito, do medo, da tristeza, da culpa, da angustia, da hipocrisia de viver uma vida ilegítima – viver assim é prolongar o sofrimento na reparação expiatória – e seja feliz com você, uma vez que não tem como fugir de você mesmo; então que seja um relacionamento de paz, paciência, amor e genuíno.

E quando estiver adiante, cante como a Vovó, para não lembrar dos tempos do cativeiro.

Axé

Mãe Kátia

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